Nunca vivemos um tempo onde a possibilidade de criar registros segue acessível e na palma da mão, com câmeras modernas e dentro dos celulares, registramos o prato de comida, a vaga da garagem, um look bonito, o almoço de domingo com a família, o primeiro dia de aula das crianças, uma passeio no parque. E assim, o rolo da câmera vai enchendo a cada dia, e nem sequer nos damos conta de que entre registros do cotidiano, memórias preciosas estão sendo ali também guardadas. É fácil, é rápido e tranquilamente compartilhável no WhatsApp da família. Mas será que estamos dando a devida importância a esses registros casuais? Você tem cuidado das memórias da sua família, reveladas no papel ou elas seguem ali no máximo nas redes sociais ou na nuvem?
Essa é a era da fotografia digital que nos permite ter fotografias de forma acessível, mas que não nos faz valorizar os registros como pedaços únicos da nossa história. Lembro quando criança da minha mãe levando seus vários filmes em tubinhos para revelar no laboratório, e daqueles negativos que pareciam uma espécie de história em quadrinho mágicos da nossa última viagem em família.
Dava trabalho carregar uma câmera pesada, pilhas, negativos, filtros, e todo o aparato da fotografia analógica, mas devo admitir que mesmo não gostando de tirar tantas fotos quando criança, hoje sou grata a minha mãe por ter cuidado das memórias da minha infância. Como fotógrafa, ela entendia a importância desse processo e de especialmente ter fotos no papel.
Não precisa ser apenas fotos de um ensaio caro que você contrata, pode ser fotos do celular mesmo, mas não deixe de revisar semestralmente suas histórias de família.
Não espere um HD corromper, um celular ser levado ou uma rede social deixar de existir para perceber o quanto suas fotos são verdadeiros tesouros a serem passado para as próximas gerações.